quinta-feira, 25 de junho de 2009

Projeto "Gaiola", na Praça da Liberdade


A Praça da Liberdade possui uma superfície de 21.275 metros quadrados e é a maior praça, em área, do Centro Histórico. A praça é tradicionalíssima em Petrópolis e possúi em sua área um coreto, um parquinho infantil, um centro de informações turísticas, um bar e restaurante e o famoso chafariz. Bem ao lado do Centro de Informações Turísticas encontra-se uma pequena área anteriormente delimitada por grades, conhecida pelos skatistas locais como "Gaiola". O local já foi usado como estacionamento das barraquinhas de pipoca que fazem ponto na praça, como depósito de plantas da Comdep e hoje está abandonada.

A cerca de 10 anos, se não me engano, a atual secretária de cultura (ainda não havia sido criada a Secretaria de Esportes na cidade), Márcia (sobrenome) nos cedeu o espaço para que fizéssemos alguns obstáculos lá dentro e usufruíssemos de um local fixo para podermos andar de skate. Na época, nenhum de nós trabalhava ainda e não tínhamos condições de financiar a reforma do local nem a construção dos obstáculos e, pelo fato do piso da Gaiola ser muito áspero, desistimos de usar o local, infelizmente.

Um dos projetos que sugerimos é a revitalização do local, alisando o piso, reformando um pequeno palco que se encontra no local e adaptando alguns obstáculos na área, de maneira a aproveita-la da melhor maneira possível. Já fizemos as medições do local e sua área é maior do que a área interna da pista de skate, onde praticamos regularmente. Além disso, seria necessário também um mínimo policiamento no local para evitar a depredação do mesmo por parte de vândalos e para evitar também o uso de drogas no local por delinquentes que associam o skate à transgressão das leis. Mesmo assim, nós tentaremos ao máximo conter a ação destes delinquentes, na medida do possível.

Em breve disponibilizaremos pequenos projetos (como os exemplificados no projeto do Parque Municipal de Petrópolis) para ilustrar o nosso pedido. Nas fotos abaixo: o palco que encontra-se abandonado como o resto da área; visão da área plana (quase o dobro da área central da pista de skate); o mesmo palco, que poderia ser muito bem aproveitado com alguns obstáculos simples.

Caso alguém possa nos ajudar com idéias e sugestões, pedimos que nos envie um email para: manifestopetropolis@hotmail.com

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Caça às bruxas em Petrópolis (ou péssima aplicação de recursos públicos)


Não me lembro exatamente o número de vezes em que fomos abordados por futuros vereadores de Petrópolis em vésperas de eleições, com promessas mil sobre a construção de uma pista de skate na cidade. Todos chegavam a nós como se estivessem se referindo à pequenas crianças, tentando usar o vocabulário "jovem" para tentar alcançar uma maior aproximação de nós, ganhar nossa confiança e, consequentemente, ganhar votos.

Mas uma coisa que me recordo bem é que o indivíduo que mais nos procurou foi o vereador mais votado de Petrópolis, Bernardo Rossi. Sempre com seu discurso jovem, ele apelava sempre à busca incansável por uma universidade pública na cidade. Acho que fora isso (e que ele nos ajudaria a construir uma pista) nunca soube de nenhuma outra proposta do candidato, à época.

Bem que anos se passaram e o então vereador foi eleito com unanimidade Presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, e não me perguntem como e nem o porquê.

Enfim, como a maioria das pessoas já sabe, nós andamos de skate na calçada desta mesma Câmara Municipal pelo simples e único fato de que lá deve ser o único local em toda a Petrópolis onde o chão é liso e há um mínimo espaço quadrado para treinarmos algumas manobras. Nunca pretendemos usar este fato como forma de protestar contra a falta de investimentos no esporte na cidade nem nada do tipo. Apenas praticamos alí porque a única pista (?) de skate na cidade está totalmente deteriorada e entregue ao caos.

O nosso querido amigo e defensor dos jovens da cidade, senhor Bernardo Rossi, resolveu acabar com o problema que estávamos causando aos vereadores (trabalhadores ferrenhos da Câmara Municipal), que fazem hora-extra todos os dias de 7 às 10 da noite* e que não conseguiam raciocinar direito com o barulho dos nossos skates: colocou 2 Guardas Municipais de prontidão na calçada, munidos de 2 cães da raça Rottweiler prontos para atacarem qualquer um que faça um movimento brusco e/ou passe por alí deslizando sobre um skate. Quanto a este fato, faço algumas perguntas que teimam em permanecer na minha cabeça de pacato cidadão petropolitano:

1)O preço de um Rottweiler varia de R$500,00 a R$1.000,00, sem contar com as despesas com a criação do animal. Será que não seria mais digno o então Presidente da Câmara usar o dinheiro investido nos animais em uma pequena, mas necessária, reforma na pista de skate?

2)Há anos a pista de skate está entregue a Deus, cabendo apenas a Ele o policiamento do local, sendo que cansamos de pedir por uma guarita ou um guarda municipal no local, o que nunca foi instalado com a desculpa de que não haveria verba para o pagamento do salário de um guarda na área. Se não há dinheiro para pagar o salário de um guarda para cuidar da pista, como estão pagando 2 novos guardas que se encontram na Câmara, mais seus 2 cães Rottweiler, mais a construção da guarita no local?

3)Será que o perigo de um cachorro daqueles sair das mãos do policial e atacar uma criança brincando com seu skate, já que quando estávamos lá o guarda estava segurando-o com 2 dedos, é menor do que o perigo do skate atingir as pernas de alguém?

4)Se a desculpa é que nós estamos destruindo o piso do local ao executar as manobras, por que diabos é permitido o estacionamento de veículos, ILEGALMENTE, totalmente em cima da calçada?

5)Alguém poderia me dizer até quando as pessoas ficarão de olhos fechados para os problemas reais dos cidadãos petropolitanos, tentando tampar o sol com a peneira, enquanto nós pagamos a conta para que uma minoria possa usufruir as coisas que nos são negadas? Até quando nos serão negados nossos direitos? E até quando seremos tratados como uma ameaça à sociedade?

Desculpem-me pela amargura e pela revolta do texto, mas me parece que foi iniciada uma caça às bruxas em Petrópolis onde nós, skatistas, somos as bruxas da vez, como se não bastasse o total desamparo político que somos obrigados a enfrentar todos estes anos. Devo dizer que estamos nos sentindo em um beco sem saída, onde só existem 2 escolhas: continuar a lutar pelos nossos ideais mesmo não vislumbrando a luz no fim do túnel, ou fazer como fazem todas as jovens cabeças pensantes da cidade e abandoná-la por não conseguir enxergar aqui uma mínima possibilidade de evolução social. Entretanto, mesmo com esta sensação de perseguição, continuaremos tentando tudo o que estiver ao nosso alcance para obtermos o que precisamos, não deixando que figurões de influência nos amedrontem, calando as pessoas de bem da nossa cidade e agindo de maneira totalmente irresponsável para com o cargo a que estão submetidos pela vontade do povo. Um pouco de gratidão cairia bem e um pouco mais de trabalho responsável e honesto cairia melhor ainda.

Um desabafo de Eduardo de Mazza Pessanha, nascido e criado em Petrópolis, cidadão comum como qualquer outro e que está a disposição da comunidade para o que for necessário.
*Quero deixar claro que estou usando o sarcasmo quando digo que os vereadores fazem hora-extra, caso alguém acredite que isto aconteça de verdade.